Carlos Rocha | Psicólogo e psicanalista de orientação lacaniana

Acho oportuno apresentar meu percurso profissional, brevemente, para que você se situe melhor na busca por um profissional.

Entrei para a faculdade de Psicologia ao decidir trabalhar com pessoas em “sofrimento psíquico”. Durante o curso me aproximei formalmente da Psicanálise e, além dos textos-chave da obra de Sigmund Freud, fui apresentado ao pensamento do psicanalista francês, Jacques Lacan. Desde àquele instante, estou ligado à pesquisa acadêmico-científica e prática clínica.

Destaco a minha passagem como profissional de saúde mental pelo Sistema Único de Saúde (SUS), onde adquiri experiência em casos complexos, tendo atuado em hospital dia e centro de atenção psicossocial infanto-juvenil (CAPSi). A minha inserção institucional no campo da saúde mental pública aliada ao meu gosto pela pesquisa, me levou a realizar mestrado e doutorado na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Em parte, essa trajetória está condensada no livro “Quadro de Internação Psicótica”, publicado em 2017. Embora, no âmbito da saúde pública, eu tenha me dedicado ao campo da infância e adolescência, friso que no consultório privado a maior parte dos meus pacientes são adultos. Neste sentido, minha prática clínica não está restringida por idade.

Queria registrar algo sobre a Psicanálise.

Sou psicólogo, mas, também, psicanalista.

Em síntese, o que isso significa?

Se dizer psicanalista implica reconhecer o impacto de fatores inconscientes na vida das pessoas. Isto é, muito do que fazemos, o fazemos sem saber o porquê ou para quê. Simplesmente, muitas vezes, nós, seres humanos somos inconsequentes, agimos movidos por paixões, impulsos.

Enquanto humanidade, mesmo que tenhamos ido à Lua, ainda resistimos à razão, bravamente. Para Freud, isso é de certa forma, inevitável e se deve à uma série de variáveis. Não entrarei nesta discussão aqui, restando salientar o papel fundamental da fala no tratamento psicanalítico.

A premissa é a seguinte: através da fala podemos ressignificar nossa existência, moldar mesmo. Pela fala?! Se queixarão alguns. Sim, através da fala, mais precisamente pela linguagem. De qualquer modo, algo tão corriqueiro e, geralmente, considerado banal, como a fala pode ser um instrumento de transformação pessoal muito potente. Em muitos casos, a Psicanálise permite um outro olhar sobre si, os outros e o mundo.

Aposta-se no rearranjo dos “traumas” da vida de quem se trata com uma Psicanálise, caminha-se na direção da transformação das marcas subjetivas que fazem você ser quem você é.

Cada vez mais, muitas pessoas têm se identificado com rótulos diagnósticos, o que se pode constatar através da Internet. Sem sombra de dúvidas, a rede mundial de computadores permite a veiculação de informação sobre qualquer assunto ou campo de forma estrondosa e no terreno da saúde mental não seria diferente.

Desse modo, várias pessoas têm comparecido ao consultório identificadas a categorias médico-psiquiátricas como, por exemplo, “transtorno borderline”. Ou seja, hoje pode-se constatar uma complexificação da clínica em saúde mental, pois, alguns pacientes tem a tendência a chegar ao consultório muito angustiados, querendo uma resposta para – “sou borderline?” ou “sou bipolar?”, etc. Ou, por vezes, tendo a (quase) certeza de “são” isso ou aquilo. Em muitas situações, parecem tentar orientar a si através destas categorias diagnósticas. Isso, com certeza, tem efeitos dos mais diversos em suas vidas.

Não pretendo discutir isso aqui, apenas fazer um apelo para que, no caso de sentir-se necessitada(o), buscar ajuda profissional o quanto antes.

Finalmente, me despeço, dizendo que será uma honra poder te escutar, caso algo do que escrevi aqui tenha lhe despertado algo. Até breve!

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